Qualidade de vida na terceira idade: como acrescentar vida aos anos e não apenas anos a vida

26-08-2010 20:01

 Qualidade de vida na terceira idade: como acrescentar vida aos anos e não apenas anos a vida

 
 "Tenha sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...
 Mas o que é importante não muda... a tua força e convicção não têm idade.
 O teu espírito é como qualquer teia de aranha.
Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.
 Enquanto estiver viva, sinta-se viva.
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas...
Continue, quando todos esperam que desista.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
 Faça com que, em vez de pena, tenham respeito por você.
 Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
 Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
 Mas nunca se detenha".
(Madre Teresa de Calcutá)
       
Viver mais não significa necessariamente viver com qualidade, atualmente com o aumento da expectativa de vida tem se discutido mais a respeito, a gerontologia (campo de estudos interdisciplinar que investiga os fenômenos fisiológicos, psicológicos e sociais e culturais relacionados com o envelhecimento do ser humano.), tem como lema “acrescentar vida aos anos e não apenas anos a vida”, ou seja, deve-se buscar envelhecer com qualidade de vida.
Segundo Berger o envelhecimento compreende dois processos: a senescência e a senilidade, a senescência é o envelhecimento inevitável, são as mudanças físicas, fisiológicas e cognitivas que ocorrem de forma gradual, com o passar do tempo, já a senilidade é o envelhecimento secundário resultante de doenças, abusos, afastamento das atividades sociais, falta de atividade física e estimulação cognitiva, de onde se concluí que este processo de envelhecimento depende do estilo de vida de cada um, um estilo de vida saudável implicará em um envelhecimento mais tranquilo, pois velhice não tem de ser sinônimo de doença ou inutilidade.
Alguns gerontólogos como Hawlor e Cantor, desenvolveram a teoria da atividade, segundo esta quanto mais ativos e mais funções desempenharem os idosos maior a longevidade e interesse pela vida.
        A OMS (organização mundial de saúde) define a qualidade de vida na terceira idade como a manutenção da saúde em seu melhor nível possível, em todos os seus aspectos, isso é tanto no aspecto físico, como no emocional, social e espiritual.
        No entanto podemos dizer que o conceito de qualidade de vida também é subjetivo, está ligado à auto-estima e ao bem estar pessoal. Pesquisas realizadas com idosos de vários níveis sócio-econômicos apontaram para alguns dos fatores relatados por eles como importantes para que se tenha uma boa qualidade de vida, são eles:
        “Sobre o conceito de qualidade de vida encontraram como resultados a valorização pelos idosos do bom relacionamento com a família, com amigos e da participação em organizações sociais; da saúde; de hábitos saudáveis; de se possuir bem-estar, alegria e amor; de uma condição financeira estável; do trabalho; da espiritualidade; de se praticar trabalhos voluntários e de se poder aprender mais.”
        Outros estudos apontam para a necessidade de atividades físicas e de lazer, para que através de uma vida mais ativa se busque o equilíbrio entre as limitações e potencialidades do idoso. Com o processo do envelhecimento ocorrem modificações fisiológicas normais, tais como a diminuição das aptidões físicas, ocorrem também mudanças psicológicas e sociais.
        A diminuição da atividade acaba gerando uma baixa na auto-estima, auto-desvalorização, o que acaba levando o idoso ao isolamento social.
        Muitas das vezes todas essas transformações relativas ao processo biológico do envelhecimento, juntamente com a discriminação e desvalorização do idoso pela sociedade acabam desencadeando um processo depressivo. Sabe-se hoje em dia que a depressão é uma das doenças mais comuns na terceira idade.
       
A depressão é um dos transtornos que mais acometem o idoso.
 
Diferença entre depressão e tristeza
 
É importante compreender que depressão não é apenas uma tristeza passageira, que ocorre em função de alguma adversidade na vida. Depressão é uma doença, é uma tristeza profunda e duradoura, acompanhada de uma série de sintomas fisiológicos, cognitivos e comportamentais. As causas são multifatoriais, incluindo fatores biológicos, psicológicos e sociais. Na depressão ocorrem alterações nos sistemas químicos do cérebro, como nos neurotransmissores, a noradrenalina e a serotonina.
Por isso não se deve achar que a depressão é uma ocorrência normal no idoso, ela deve ser tratada para que não afete a qualidade de vida.
 
 
A depressão na terceira idade
 
         Apesar da probabilidade de desenvolver certas doenças aumentar com a idade, é importante esclarecer que não se pode imaginar que envelhecer seja sinônimo de adoecer, especialmente quando as pessoas desenvolvem hábitos de vida saudáveis (Neri, 2002; Costa, 2002). Todas as alterações que acompanham o processo de envelhecimento também dependem de características individuais, como constituição genética, fatores ambientais, ocupacionais, sociais e culturais.
        A depressão no idoso pode surgir em decorrência de vários aspectos, Tais como: fatores genéticos, eventos vitais, como luto e
abandono, e doenças incapacitantes, entre outros. No entanto verifica-se que em boa parte dos casos de depressão ocorrem justamente em função da perda da qualidade de vida, associada ao isolamento social e as doenças da idade. Os sentimentos de frustração devido a sonhos não concretizados durante a vida, a perda de companheiros, familiares ou amigos, a falta de apoio social, o abandono e a falta de atividade, assim como os problemas financeiros decorrentes da aposentadoria são fatores que pré-dispõem à depressão.
 
Fatores de risco para depressão na terceira idade
 
Segundo pesquisas os principais fatores de risco para a depressão nessa faixa etária são: gênero feminino, aumento da idade, viver só, ser divorciado, baixo estado educacional, prejuízo funcional, comorbidade com desordens somáticas, prejuízo cognitivo moderado (transição para a demência), uso do fumo e abstinência de álcool.
Weyerer et al. (2008)
Há evidências que as mulheres têm mais sinais de depressão que os homens e acometem mais idosos internados em asilos; idosos solteiros ou viúvos são mais suscetíveis à depressão que os casados.
Com o avançar da idade os idosos deparam-se com a proximidade da morte, a perda do cônjuge, de amigos, e a sensação do fim da vida é maior. Falta de objetivos, de planos, de atividades recreativas e aumento da dependência podem colaborar para a desesperança.
 
 Alguns dos Principais sintomas:
 
Humor deprimido:
 
irritabilidade,tristeza,desânimo,sentimento de abandono,sentimento de inutilidade,diminuição da auto-estima,retraimento social/solidão anedonia e desinteresse,idéias auto-depreciativas,idéias de morte,tentativas de suicídio.
 
Sintomas Neurovegetativos:
 
Inapetência, emagrecimento, distúrbio do sono, perda da energia, lentificação psicomotora, inquietação psicomotora .hipocondria
dores inespecíficas.
 
Sintomas cognitivos:
 
Dificuldade de:
-concentração
-memória
Lentificação do raciocínio
 
Como se pode notar os sinais e sintomas da depressão no idoso são iguais aos de outras faixas etárias, no entanto nota-se no idoso algumas diferenças:
 
-Menos humor deprimido e mais anedonia
-Menos sintomas psicológicos e mais somáticos
-maior presença de déficit cognitivo
-Maior associação da depressão com doenças físicas
 
Como evitar a depressão na terceira idade:
 
Sendo o ser humano um ser social, é necessário em qualquer idade que haja interação, o lazer e as atividades em grupo são importantíssimas, principalmente para evitar a depressão e o isolamento no idoso. Isto ajuda a elevar a auto-estima e manter a integração social.
Estudo realizado no Japão com indivíduos de idade entre 65-70 anos praticantes de exercícios diários demonstrou que os idosos reduziram os sintomas de depressão.
O apoio social e dos familiares é de fundamental importância nesta idade para que se diminuam os riscos de depressão.
A alimentação adequada nesta idade também tem se mostrado, segundo pesquisas, como uma estratégia preventiva da depressão.
 
 
Como superar a depressão na terceira idade:
 
Tentar se manter o mais ativo possível, fazer exercícios físicos (com acompanhamento médico), pois a atividade física ajuda a liberar endorfina, hormônio responsável pelo humor e pela sensação de bem-estar e prazer.
Nas mulheres oscilações hormonais devido à menopausa também podem agravar o estado emocional, por isso é necessário ajuda médica neste sentido.
Procurar ajuda psiquiátrica e psicoterapêutica, a terapia em grupo é bastante indicada, pois além de ter resultados mais rápidos promove contato social e apoio tão importante neste momento.
É importante incentivar o idoso a ter planos e objetivos na vida, mostrar que enquanto há vida ainda há possibilidade de realizações, é importante ter isso em mente para que se evite o sentimento de desesperança.
 
 
Tratamento:
 
         O tratamento da depressão no idoso tem como finalidade melhorar o estado de humor do paciente e proporcionar uma melhor qualidade de vida.
         É importante que o tratamento seja realizado em conjunto, médico e psicólogo, pois existe a necessidade de avaliar a possibilidade de alguma doença estar relacionada à depressão. A depressão às vezes pode estar mascarada por uma doença física, o que pode retardar o diagnostico e complicar a doença.
Um dos objetivos da psicoterapia é avaliar os fatores que podem estar desencadeando a depressão, além de orientar os familiares e cuidadores a respeito da doença.
Estudos têm demonstrado que a arte terapia tem sido muito eficaz como ajuda terapêutica ao idoso deprimido.
A terapia ocupacional também é muito importante no sentido de manter o idoso ativo, principalmente a parte mental, para que se previna ou minimize certas perdas cognitivas que ocorrem em decorrência da idade ou doenças.
Segundo Stoope Jr,”as taxas de eficácia de psicoterapia em idosos são altas, especialmente as terapias centradas em problemas presentes”.
Em alguns casos, é necessária a intervenção psicofarmacológica, por isso a necessidade de uma atuação multidisciplinar.
 
Com o aumento da qualidade e da expectativa de vida, a velhice não precisa ser sinônimo de isolamento e improdutividade, é possível encontrar prazer na terceira idade. Para isso é necessário manter não só o corpo saudável e ativo, como a mente também.
As mudanças decorrentes da terceira idade requerem adaptação por parte do idoso, a forma como cada um se adapta também determinará um envelhecimento saudável ou com dificuldades.
 
 
Bibliografia:
 
Qualidade de vida na terceira idade: um conceito subjetivo – revista brasileira de psiquiatria.
Roberta Dalla Vecchia, ; Tania Ruiz; Silvia Cristina Mangini Bocchi; José Eduardo Corrente
 
Vida ativa na melhor idade
Marília de Goyaz
 
Depressão no Idoso: Diagnóstico, Tratamento e Benefícios da
Atividade Física
Florindo Stella ,Sebastião Gobbi ,,Danilla Icassatti Corazza ,José Luiz Riani Costa
 
Maturidade e velhice – pesquisas e intervenções psicológicas.
DEUSIVANIA V. DA SILVA FALCÃO,CRISTINA MARIA DE S. BRITO DIAS

 

Terapia Quantica, https://cantinhodasaude.webnode.pt/, www.vitalsil.pt,, www.natiris.pt, www.sovex.pt,

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